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Entre as maiores causas de morte no Brasil est\u00e3o as doen\u00e7as cardiovasculares, que de acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia s\u00e3o respons\u00e1veis por 30% dos \u00f3bitos registrados no pa\u00eds. O cen\u00e1rio poderia ser ainda mais preocupante caso um aparelho pequeno, por\u00e9m trivial, n\u00e3o fosse inventado: o marca-passo. \u00a0<\/p>
Antes do advento do aparelho, n\u00e3o haviam tratamentos dispon\u00edveis e vi\u00e1veis para pessoas que necessitavam de estimula\u00e7\u00e3o card\u00edaca el\u00e9trica artificial. Portanto, o cora\u00e7\u00e3o que perdia capacidade de batimento e tinha frequ\u00eancia card\u00edaca afetada ou reduzida, resultava em um paciente extremamente sintom\u00e1tico. \u00a0<\/p>
O m\u00e9dico cardiologista Dr. Roberto Yano explica que naquela \u00e9poca era comum que pacientes evolu\u00edssem para os dist\u00farbios na condu\u00e7\u00e3o el\u00e9trica, com bloqueios graves no cora\u00e7\u00e3o, que tinham expressiva redu\u00e7\u00e3o na expectativa de vida e uma piora no bem-estar do paciente que era condicionado a conviver com sintomas de baixo d\u00e9bito card\u00edaco \u00a0como cansa\u00e7o, tontura, desmaios, falta de ar e at\u00e9 morte.<\/p>
\u201cEssa inven\u00e7\u00e3o revolucionou a medicina, pois os pacientes com batimentos lentos decorrentes de bloqueios graves na corrente el\u00e9trica card\u00edaca, simplesmente n\u00e3o sobreviviam. Aqueles que n\u00e3o morriam, passavam a ter sintomas muito limitantes al\u00e9m de qualidade de vida muito ruim. Existem casos de pessoas que ganharam mais de 60 anos de sobrevida por implantar o marca-passo em tempo h\u00e1bil\u201d, analisa o cardiologista. \u00a0\u00a0
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Afinal, como funciona o marca-passo?<\/strong><\/span> O Dr. Roberto Yano explica que o cora\u00e7\u00e3o, para se contrair, precisa de correntes el\u00e9tricas produzidas pelas c\u00e9lulas do cora\u00e7\u00e3o para estimular o batimento card\u00edaco. Essas c\u00e9lulas est\u00e3o localizadas em pontos estrat\u00e9gicos do cora\u00e7\u00e3o como o n\u00f3 sinusal e o n\u00f3 atrioventricular.<\/p> \u00a0A problem\u00e1tica surge visto que h\u00e1 doen\u00e7as como o infarto, insufici\u00eancia card\u00edaca, Doen\u00e7a de Chagas, ou o pr\u00f3prio envelhecimento do sistema de condu\u00e7\u00e3o, por exemplo, que fazem com que essas c\u00e9lulas que produzem as correntes el\u00e9tricas fiquem doentes. \u00a0<\/p> \u201cQuando o sistema de condu\u00e7\u00e3o est\u00e1 doente, ocorre diminui\u00e7\u00e3o da frequ\u00eancia card\u00edaca desse paciente e ele passa a ter sintomas. Existem casos em que os bloqueios ou falhas s\u00e3o t\u00e3o graves que necessitam de implante de marca-passo de imediato ou o paciente vai a \u00f3bito\u201d, explica. \u00a0\u00a0<\/p> Incumbido de realizar estimula\u00e7\u00e3o e regulariza\u00e7\u00e3o card\u00edaca, o marca-passo pode monitorar e identificar batimentos irregulares, lentos ou at\u00e9 mesmo pausas. \u201cSe o aparelho for programado para estimular a partir de 70bpm e seu cora\u00e7\u00e3o estiver batendo ritmicamente a 80bpm, o marca-passo identifica como batimentos normais e n\u00e3o age estimulando. Quando o ritmo fica abaixo de 70bpm, ou seja, abaixo da frequ\u00eancia card\u00edaca programada, o aparelho entende que precisa agir e libera est\u00edmulos el\u00e9tricos ao cora\u00e7\u00e3o\u201d, explica o m\u00e9dico cardiologista Dr. Roberto Yano. \u00a0\u00a0<\/p> Al\u00e9m disso, as recomenda\u00e7\u00f5es de uso de marca-passo se dividem em classes. As indica\u00e7\u00f5es cl\u00e1ssicas s\u00e3o para a doen\u00e7a do n\u00f3 sinusal, bloqueios atrioventriculares que ocorrem no feixe de his ou abaixo dele, \u00a0por exemplo, os bloqueios de 2\u00b0 grau do tipo II e bloqueios \u00e1trio-ventriculares totais. \u00a0<\/p> \u201cExistem ainda casos de paciente com hipersensibilidade do seio carot\u00eddeo ou s\u00edncope neurocardiog\u00eanica em que o marca-passo tamb\u00e9m pode ser indicado, assim como tamb\u00e9m \u00e9 recomendado para pacientes com bradicardia e est\u00e3o sintom\u00e1ticos. Afinal, ainda n\u00e3o existem medicamentos eficazes para que se aumente a frequ\u00eancia do cora\u00e7\u00e3o\u201d, pontua Dr. Roberto Yano. \u00a0 Linha do tempo do marca-passo\u00a0<\/strong><\/span><\/p> 1932: Albert Hyman idealizou o primeiro marca-passo artificial da hist\u00f3ria. O aparelho foi utilizado em um portador de bloqueio card\u00edaco e consistia em um equipamento que produzia energia por manivelas e estimulava o cora\u00e7\u00e3o. Devido ao peso da inven\u00e7\u00e3o, cerca de 7 quilos, ele funcionava fora do peito, por ser imposs\u00edvel implant\u00e1-lo. \u00a0<\/p> 1958: Ocorre o primeiro implante de marca-passo. A cirurgia foi realizada por Ake Senning, na Su\u00e9cia. O marca-passo dessa \u00e9poca era composto por uma grande bateria, que durou apenas uma semana no corpo do paciente. O gerador fora \u00a0alocado no abd\u00f4men do paciente. \u00a0<\/p> 1960 e 1970: Os primeiros implantes de marca-passo no Brasil foram realizados, sendo que os pioneiros em implante e fabrica\u00e7\u00e3o foram os cardiologistas D\u00e9cio Kormann e Adib Jatene.\u00a0<\/p> 1970: O aparelho come\u00e7ou a ter suas dimens\u00f5es diminu\u00eddas e vida \u00fatil aumentada devido aos avan\u00e7os da medicina.\u00a0<\/p> Dias atuais: J\u00e1 existem marca-passos com telemetria por radiofrequ\u00eancia, tecnologia que permite comunica\u00e7\u00e3o sem fio e segura entre o dispositivo implantado e o programador utilizado pelo m\u00e9dico.<\/p> <\/p> \u00a0<\/p>","indexed":"1","path":[1554,1777,1466],"photo-thumb":null,"sdescr":null,"tags":[],"extracats":[],"request":"public","redir":null,"type":"showroom"},w.pageload_additional=[],w.cg_webpartners_dl=!0,w.cg_holiday=0;})(window,top) Entre as maiores causas de morte no Brasil estão as doenças cardiovasculares, que de acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia são responsáveis por 30% dos óbitos registrados no país. O cenário poderia ser ainda mais preocupante caso um aparelho pequeno, porém trivial, não fosse inventado: o marca-passo. Antes do advento do aparelho, não haviam tratamentos disponíveis e viáveis para pessoas que necessitavam de estimulação cardíaca elétrica artificial. Portanto, o coração que perdia capacidade de batimento e tinha frequência cardíaca afetada ou reduzida, resultava em um paciente extremamente sintomático. O médico cardiologista Dr. Roberto Yano explica que naquela época era comum que pacientes evoluíssem para os distúrbios na condução elétrica, com bloqueios graves no coração, que tinham expressiva redução na expectativa de vida e uma piora no bem-estar do paciente que era condicionado a conviver com sintomas de baixo débito cardíaco como cansaço, tontura, desmaios, falta de ar e até morte. “Essa invenção revolucionou a medicina, pois os pacientes com batimentos lentos decorrentes de bloqueios graves na corrente elétrica cardíaca, simplesmente não sobreviviam. Aqueles que não morriam, passavam a ter sintomas muito limitantes além de qualidade de vida muito ruim. Existem casos de pessoas que ganharam mais de 60 anos de sobrevida por implantar o marca-passo em tempo hábil”, analisa o cardiologista. Afinal, como funciona o marca-passo? O Dr. Roberto Yano explica que o coração, para se contrair, precisa de correntes elétricas produzidas pelas células do coração para estimular o batimento cardíaco. Essas células estão localizadas em pontos estratégicos do coração como o nó sinusal e o nó atrioventricular. A problemática surge visto que há doenças como o infarto, insuficiência cardíaca, Doença de Chagas, ou o próprio envelhecimento do sistema de condução, por exemplo, que fazem com que essas células que produzem as correntes elétricas fiquem doentes. “Quando o sistema de condução está doente, ocorre diminuição da frequência cardíaca desse paciente e ele passa a ter sintomas. Existem casos em que os bloqueios ou falhas são tão graves que necessitam de implante de marca-passo de imediato ou o paciente vai a óbito”, explica. Incumbido de realizar estimulação e regularização cardíaca, o marca-passo pode monitorar e identificar batimentos irregulares, lentos ou até mesmo pausas. “Se o aparelho for programado para estimular a partir de 70bpm e seu coração estiver batendo ritmicamente a 80bpm, o marca-passo identifica como batimentos normais e não age estimulando. Quando o ritmo fica abaixo de 70bpm, ou seja, abaixo da frequência cardíaca programada, o aparelho entende que precisa agir e libera estímulos elétricos ao coração”, explica o médico cardiologista Dr. Roberto Yano. Além disso, as recomendações de uso de marca-passo se dividem em classes. As indicações clássicas são para a doença do nó sinusal, bloqueios atrioventriculares que ocorrem no feixe de his ou abaixo dele, por exemplo, os bloqueios de 2° grau do tipo II e bloqueios átrio-ventriculares totais. “Existem ainda casos de paciente com hipersensibilidade do seio carotídeo ou síncope neurocardiogênica em que o marca-passo também pode ser indicado, assim como também é recomendado para pacientes com bradicardia e estão sintomáticos. Afinal, ainda não existem medicamentos eficazes para que se aumente a frequência do coração”, pontua Dr. Roberto Yano. Linha do tempo do marca-passo 1932: Albert Hyman idealizou o primeiro marca-passo artificial da história. O aparelho foi utilizado em um portador de bloqueio cardíaco e consistia em um equipamento que produzia energia por manivelas e estimulava o coração. Devido ao peso da invenção, cerca de 7 quilos, ele funcionava fora do peito, por ser impossível implantá-lo. 1958: Ocorre o primeiro implante de marca-passo. A cirurgia foi realizada por Ake Senning, na Suécia. O marca-passo dessa época era composto por uma grande bateria, que durou apenas uma semana no corpo do paciente. O gerador fora alocado no abdômen do paciente. 1960 e 1970: Os primeiros implantes de marca-passo no Brasil foram realizados, sendo que os pioneiros em implante e fabricação foram os cardiologistas Décio Kormann e Adib Jatene. 1970: O aparelho começou a ter suas dimensões diminuídas e vida útil aumentada devido aos avanços da medicina. Dias atuais: Já existem marca-passos com telemetria por radiofrequência, tecnologia que permite comunicação sem fio e segura entre o dispositivo implantado e o programador utilizado pelo médico. REVISTA MAISBONITA - Beleza que inspira ! André Lap - CEO & Diretor Equipe: Publicado por
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Ao navegar, você concorda com nosso uso de cookies. FecharPor que a descoberta do marca-passo revolucionou a história da cardiologia?
Inventado no início do século XX, o marca-passo possibilitou melhor qualidade de vida aos pacientes cardiopatas
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em 02/06/2021 às 12:45